Imagem retirada do site Brasil de Fato. |
No livro PEDAGOGIA DA AUTONOMIA – Saberes Necessários à Prática Educativa, capítulo 2 - tópico 2.2, o educador e filósofo Paulo Freire, declara e afirma a importância do reconhecimento do ser humano como inconcluso, de reconhecer que não se é completo em termos de conhecimento. Segundo o educador, “Não foi a educação que fez mulheres e homens educáveis, mas a consciência de sua inconclusão, é que gerou sua educabilidade”. Ele ressalta que existe o condicionamento que limita algumas ações de acordo com a realidade vivida, mas que isso não deve abster o ser como sujeito para ir além das fronteiras, que a condição não deve induzir à aceitação instantânea do que se é, consequentemente limitando o sujeito e ele culpando e justificando dessa forma o contexto onde se está inserido.
A partir deste fundamento e reconhecimento do ser humano como inconcluso, brota o dever de exercer a função de sujeito que promove mudanças, que vai além dos horizontes, do sujeito como diferencial, questionador e não apenas aquele que se comporta como um objeto, que aceita e procura se adequar a realidade como ela se apresenta, que se condiciona às imposições da vida e se adapta ao fatalismo estruturado na sociedade.
Paulo Freire ressalta a responsabilidade de homens e mulheres como educadores a não limitar a curiosidade e questionamentos dos educandos, pois desta forma o ensino acaba tornando-se limitado, decorado e regrado, não havendo aprofundamento ou evolução de todos como seres pensantes, pelo contrário, ele defende a necessidade de alimentar a conscientização do ser como inconcluso, a buscar pela extensão do conhecimento, pois é através dessa liberdade de ir além do que se vive ou é condicionado, que há uma troca mútua gerada na relação ensino e aprendizagem, é através dessa troca de saberes que emerge a sabedoria, onde deve-se prezar pela ética do sujeito.
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