Em “Aprendendo a pensar com a Sociologia” de Zygmunt Bauman e Tim May, Editora Zahar – 2010, no capítulo 2 – “Observação e sustentação de nossas vidas”, Bauman aborda a forma como as pessoas se relacionam umas com as outras, consigo mesmas e com os espaços em que estão inseridas na sociedade, agregadas com as problemáticas geradas e reflexões a respeito deste assunto.
As relações sociais são abordadas de forma profunda e clara, pontuando comportamentos cotidianos e estruturados na manutenção da identidade, seja de um indivíduo ou de um grupo. Desperta a necessidade de refletir e trabalhar a empatia, de tentar entender a oposição sem definir especificamente como inimigo à primeira vista ou contato. Ressalta estar alerta em relação às pessoas que parecem próximas, mas que podem não ser próximas e à estranhos que em alguns casos, podem ser mais próximos do que se imagina, onde há uma verdadeira responsabilidade voltada para o bem estar do outro.
Bauman afirma que as fronteiras físicas ou espirituais são erguidas devido ao medo de perder a segurança e o conforto conquistados dentro do intra grupo, resultante da comunidade em que se vive ou do tempo em que se está inserido em um determinado espaço.
Referente à esse medo e a resistência em aceitar as diferenças dos que não fazem parte do grupo(outsiders), as fronteiras chegam a ser em muitos casos hostis, violentas fisicamente ou psicologicamente, transtornando a vida destes diferentes.
Devido a esses pensamentos e práticas brotam então as segregações nas cidades, onde não há tempo para tentar entender o outro, devido à “falta de tempo” do dia a dia, não há esforço ou empatia, onde as relações são líquidas, resultando na desatenção civil, um artifício onde a vida alheia torna-se invisível.
Neste capítulo Bauman convida para uma reflexão profunda sobre os pensamentos e ações do leitor e da sociedade, do individual e do coletivo, questiona a empatia àquilo que se opõe ao pensamento individual ou em grupo e alerta sobre as relações superficiais, ressaltando a necessidade de buscar aprofundamento nessas relações. Ele faz refletir sobre a estrutura problemática das fronteiras, que são levantadas e mantidas com base em julgamentos precipitados e preconceitos concebidos pelo egoísmo e ignorância.
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