O termo interseccionalidade parecia ser novo ao menos para mim que não tinha conhecimento até então, porém ele surge lá pelos anos 60/70 por conta da necessidade e urgência de aprofundar-se nos movimentos negros feministas, em defender o direito à vida e seus respectivos direitos enquanto ser humano.
O interseccionalismo define inicialmente que o gênero é o principal fator que determina o destino de uma mulher. Após essa primeira fase, movimentos e debates a respeito do assunto reconheceram raça, etnia e sexualidade combinados com o gênero, sendo uma intersecção de poder de opressão e discriminação muito maior do que apenas por gênero.
Na minha visão a interseccionalidade deve ser mais difundida e estudada sempre de forma aprofundada e sensível, por ser uma definição que traz muitos “cruzamentos”, por necessitar de análises sensíveis, principalmente para criação de novas políticas públicas eficazes, que proporcionem melhores condições de vivência na sociedade para pessoas em grupos de minoria.
Em 1989 Kimberlé Williams Crenshaw, uma importante teórica feminista, advogada e professora nos Estados Unidos sistematizou o termo dentro da área jurídica, sendo portanto uma das grandes contribuidoras não só para o movimento negro feminista, mas para até então outros movimentos.
Podemos enxergar com mais clareza nesse século XXI os inúmeros sistemas de opressão que existem no mundo, cada qual com seus “cruzamentos de avenidas”, repetindo novamente, a urgência de se abordar interseccionalidade principalmente no ambiente educacional(Escolas e Universidades).
Felizmente escritores que abordam sistemas de opressão tem ganhando maior visibilidade e reconhecimento nos últimos tempos. Carla Akotirene, escritora, pesquisadora, ativista e professora da UFBA, aborda muito bem a interseccionalidade em seu livro “Interseccionalidade” de 2018, trazendo exemplos vividos e outras afirmações com base nas suas pesquisas e estudos. Segundo ela: “A interseccionalidade pode ajudar a enxergarmos as opressões e combatê-las, reconhecendo que algumas opressões são mais dolorosas. E que às vezes somos oprimidos, mas às vezes somos opressores.”
No presente momento prefiro pensar de forma positiva,acreditando que lá pra frente esses sistemas de opressão estarão com menos forças, transferindo-as para os oprimidos e discriminados. Finalizo esse post usando palavras de uma entrevista com a Carla Akotirene, “estarei sempre me corrigindo, emancipando, aperfeiçoando”, pra que eu seja uma ferramenta positiva em meio ao caos da desigualdade.
Segue abaixo um vídeo de uma entrevista com a Carla Akotirene no programa “Perfil & Opinião”, o qual ela fala sobre sua vida e sobre o seu livro “Interseccionalidade”, além de outros assuntos abordando o tema.
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